quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Fotos do 7º dia

Buenas, amigos!
Abaixo, mais fotos da nossa viagem cicloturística pelas praias do Rio Grande do Sul.

Na casa que aparece nesta foto o Augusto e eu dormimos. No pátio do Seu Serafim, em Estreito, há umas 10 iguais a essa, e o preço é R$ 20,00 por noite. Nessas casas encontramos muitos pescadores pernoitando, e compartilhamos com eles uma das noites mais agradáveis da viagem, ouvindo suas histórias e degustando a melhor tainha assada que já comemos na nossa vida (e olhem que somos frequentadores da Festa do Peixe, em Tramandaí...).


Próximos a São José do Norte, encontramos outro farol naval. Sua arquitetura demonstra que é recente: estrutura de ferro, oco,  sem escada de acesso (devem subir na torre com um guindaste...), e bem distante da praia. Há outros idênticos a esse. Nesse nosso litoral, dá de tudo. E olhem a largura da areia nas praias do sul: estamos longe da orla e ainda assim é grande a distância até as dunas.


A fantástica Laguna dos Patos! Do outro lado, divisamos o Porto de Rio Grande, com seus gigantescos navios atracados. É uma paisagem sensacional, e as águas da laguna estavam da cor da água do mar nos últimos dias: azuis, azuis, azuis.


No que virou toda a nossa bagagem, distribuída nos alforjes: duas caixas e alguns fardos. Tudo para dentro do ônibus, as bicicletas doadas, o retorno para casa.


Bait'abraço!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O 7º dia - narrativa

Buenas, pessoal!
Posto mais um "capítulo" dessa nossa aventura ciclística pelas areias do litoral gaúcho, o Augusto e eu, pedalando. É o 7º dia, 09/01.
Saímos às 08h da manhã do Estreito (localidade de São José do Norte, 50 km ao norte da Barra do Rio Grande), onde pernoitamos. Esse distrito está localizado a 2 km da praia. Originalmente era bem próximo da orla, mas uma ação do Ministério Público gerou a derrubada de todas as casas e o lugarejo simplesmente se transferiu para dentro do continente, às margens do Rio Estreito. Convivem diariamente com o tráfego pesado de caminhões transportando as toras de pínus derrubados no entorno, mas levam uma vida muito pacata, sem dúvida.
Logo na chegada à beira da praia, o inesperado: o Augusto atolou com sua bicicleta na areia fofa e, ao colocar o pé no chão, perdeu o equilíbrio, fez um "spacatto" e estatelou-se no chão. Na hora o joelho direito inchou! Ao acudi-lo, percebi que, para ele, o passeio havia acabado ali.
O guri continuou pedalando determinada e corajosamente até São José do Norte, distante ainda 50 km. Pela areia, isso representa 100 km! Mas era preciso chegar mais perto do recurso, especialmente de um ônibus que o levasse de volta a Montenegro.
Chegamos depois do almoço na Praia do Mar Grosso, a 6 km do centro. Já havíamos percorrido 443 km desde o início da viagem, em Torres, uma semana antes. Almoçamos no Restaurante Atalaia (frutos do mar, uma maravilha!), descansamos um pouco, e às 16h chegamos na surpreendente cidade de São José do Norte. Antiquíssima, cheia de prédios históricos, onde é proibido construir-se imóveis com mais de 3 andares para que, de qualquer ponto da cidade, a Igreja Matriz possa ser vista, onde as ruas não recebem asfalto porque em seus paralelepípedos irregulares o Imperador D. Pedro I passou a cavalo, onde o cais, às margens da Laguna dos Patos recebe barcos pesqueiros com bandeiras de diversos estados brasileiros para o pernoite, protegidos pelos molhes da Barra do Rio Grande, é um lugar mágico, uma verdadeira volta ao passado!
Alugamos um quarto no Hotel Caçulão. Vendo o estado da perna do Augusto, resolvi encerrar também a viagem, voltando para casa com ele. Total, teria que readaptar minha bicicleta, instalando os alforjes dianteiros, para levar a bagagem que estava na sua bicicleta, o que demandaria mais um dia parado atrás de serralheria para soldar o bagageiro no garfo. Para quem saiu de viagem acompanhado de mais dois companheiros, chegar sozinho não estava nos planos.
Doamos as bicicletas à APAE de São José do Norte, e quem serviu de nosso intermediário foi o Thales, do Hotel, filho de uma benfeitora daquela entidade assistencialista.
Cassino, a maior praia do mundo, vai ter que esperar. Mas com certeza, retornarei para completar o percurso...
Mesmo assim, percorrer 449 km de Torres a São José do Norte, a maior parte do trecho pela beira da praia, foi sem dúvida uma aventura para guardarmos para o resto de nossas vidas. A exuberância da fauna, as praias desertas, os belíssimos faróis, as lagoas, os barcos pesqueiros, os próprios pescadores, a dificuldade de pedalar na areia com as bicicletas carregadas, tudo contribuiu para que fizéssemos um dos passeios mais legais dentre tantos que já protagonizamos!
Fica a dica. Só quem já percorreu essa jornada consegue descrever o quão maravilhosa é a natureza em nosso litoral. Nunca mais falarei que no Rio Grande do Sul as praias são todas iguais. Posso provar que não são, eheheheheh...
Bait'abraço a todos.

Fotos do 6º dia

Buenas, amigos.
No 6º dia de pedalada, completamos 400 km nessa percorrida muito peculiar: andar de bicicleta pelas areias do litoral gaúcho.

As fotos que seguem são do trecho entre Bojuru (já em São José do Norte) e a localidade de Estreito, de volta à praia.

Esse é o acesso (acesso?) da BR-101 até a beira da praia. Um trecho de 6 km, intransitável, ainda mais depois da chuvarada que caiu no dia anterior. O Augusto e eu empurramos as bicicletas todo o tempo.


Em meio a tantas espécies de aves que povoam nosso litoral, destacam-se as gaivotas. Flagrei o Augusto com um filhote nas mãos. Era tão novinha que mal se sustentava nas patas, pra alegria do piá, que conseguiu capturá-la para o "close". Ecologista consciente, logo depois a soltou, e torceu para que nenhum gavião desse um rasante e a levasse para alimentar a prole.



Uma visão inesperada! Um farol foi construído sobre a areia da praia. Que patetice! É óbvio que, passados alguns anos, o mar retomaria o espaço que era seu, engolindo a base de sustentação do prédio, que tombou para dentro d'água. Não conseguiram recuperá-lo e acabaram construindo um novo, agora bem longe da areia, já sobre as dunas.



Bait'abraço!

Fotos do 5º dia

Buenas, pessoal!
Retomo as postagens de fotos da nossa pedalada, minha e do Paulo Augusto, pelo litoral do Rio Grande do Sul, só que por um roteiro alternativo: a areia.

No 5º dia, por força das circunstâncias - a barra da Lagoa do Peixe estava derramando, impedindo nossa passagem de bicicleta -, tivemos que voltar ao asfalto. Mas olhem só que belíssimo nascer do sol, ainda na beira do mar, em Praia Nova, município de Mostardas.


Essa "estrada" nos levou da Praia Nova até a sede do município de Mostardas. Foram 5 km entre as dunas e 7 km entre as florestas de pinus. A estrada é péssima, um horror!.


Já no asfalto, outros banhos de açude, para escaparmos um pouco do calor escaldante que tem feito.


Chegando em São José do Norte!


Bait'abraço!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O 6º dia - narrativa

Buenas, pessoal!
Na última postagem contando nossa aventura, minha e do meu filho Paulo Augusto, pelas areias das praias gaúchas, de bicicleta, relatei nossa chegada em Bojuru, localidade pertencente a São José do Norte, abaixo de chuva, vento e frio. Era 2ª-feira, dia 07/01.
Na 3ª-feira, 08/01, acordamos cedo na Pousada Lucas, e ficamos felizes em enxergar o céu azul da janela. A chuva havia ido embora. Mas, ao montarmos as bicicletas e sairmos para seguir a viagem, o que temíamos aconteceu: vento sul, que, no litoral, significa desafio, esforço. Luta mesmo! Porque bate na testa da gente, a 30km/h!
Descemos 2 km pela BR-101 até chegarmos no trevo de acesso à praia. Foram 6 km de areia fofa, molhada, e lodo, muito lodo, por conta da chuva de ontem. Empurramos as bicicletas carregadas por praticamente todo o trecho, e demoramos mais de 1 hora para superarmos esse pequeno percurso. O Augusto, sempre tão concentrado, ficou furioso já de manhã cedo, por conta dos constantes atolamentos. E seus joelhos também começaram a doer.  Péssimo sinal.
Na praia, um pescador nos disse que o vento estava forte, e a areia fofa por causa do "mar do sul". Eu não tinha ideia do que isso significava. Descobri logo depois.
Era   I-M-P-O-S-S-Í-V-E-L   pedalar! Pelo ressalto que dei, espero demonstrar o grau de dificuldade que passamos a enfrentar.  O tal "mar do sul" significava que a areia tinha sido revolvida pela chuva, e estava tão fofa que em nenhum lugar da beira da praia havia chão firme para pedalarmos. Como as bicicletas estão muito pesadas, começamos a afundar, não importava onde andássemos!  Matei a saudade da subida da Cordilheira dos Andes, em 2010, quando o vento oeste me fez empurrar por quilômetros a fio a bicicleta montanha acima.  O Augusto e eu tivemos que apear das magrelas e empurrá-las por horas!
Ao meio-dia, naquele olho de sol, sem uma sombra sequer - apenas a praia e as dunas -, almoçamos atum enlatado (proteína) com pão seven boys (carboidrato), e de sobremesa mariola de banana (potássio e glicose), além de Toddynho (cálcio e lactose). Uma "bomba" para aguentarmos o tranco e evitarmos caimbras e distensões.
Para se ter uma ideia do esforço em pedalar em condições tão adversas, habitualmente o Augusto e eu paramos a cada 10 km para descansar, tomar uma água e relaxar a musculatura. Nessa percorrida, paramos a cada 1 km! Isso mesmo! A cada 1 km.
Aí tomamos uma decisão: dividir os 90 km que pretendíamos percorrer num só dia em dois. Com isso, a alternativa seria pernoitarmos na Barra do Estreito, mais ou menos no meio do caminho. Chegamos às 18h, próximos da exaustão. Nem a praia, sempre tão pródiga em atrativos - navios afundados, aves, peixes, sangas -, tirou nosso foco. Tínhamos que chegar. Foi o que fizemos.
Na pousada do Seu Serafim, fomos recebidos com festa pelos pescadores e pelo dono, que, aliás, conhece muitos montenegrinos, tanto pescadores quanto motoqueiros, que passam pela região para praticarem motocross nas dunas. Falou no seu (e meu) amigo Enery, no seu filho Giovane, no Nico e no Ique Mombach... e mandou que eu lhes transmitisse a todos um abraço. Está dado.
À noite fomos seus convidados para uma tainha assada, junto com os pescadores, e perdemos a hora de irmos dormir, de tão agradável que foi a companhia. O "mar do sul" nos concedeu uma das noites mais legais de toda a viagem!
Bait'abraço!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Fotos do 4º dia

Buenas, pessoal!
Aproveitando o excelente sinal da internet, continuo postando fotos da nossa viagem, minha e do Paulo Augusto, pelas praias gaúchas. Pela areia sempre que deu, pelo asfalto quando não tínhamos outra opção.
Agora, as fotos do 4º dia (06/01/12, domingo).

Quando víamos protuberâncias n'água, já sabíamos: ou algum animal de grande porte, ou a carcaça de barcos de pesca ou de navios estavam irremediavelmente sendo tragados pelas ondas. Pode até demorar anos, mas vai acontecer.
Ó uma delas, de um barco, sendo devorada pelo mar:


E um dos nossos tantos banhos de água doce, nas barras de sanga que correm para o mar, regulando o nível das lagoas que existem de Torres ao Chuí, algumas pertíssimo do oceano, tornando a faixa de areia onde pedalávamos uma "tira" de não mais de 5 km de largura. Nesse lugar, as surpresas de sucedem!


A companhia mais frequente da nossa percorrida, embora às vezes rara: pescadores. Na rede, tainhas. Ao lado, turistas que passavam de carro e que pararam, como nós, para verem o produto da pesca.


Bait'abraço!

Fotos do 3º dia

Buenas, pessoal!
Essas são algumas fotos do 3º dia de pedalada pelo litoral do Rio Grande do Sul, em mais uma maluquice minha e do meu filho Paulo Augusto.

A primeira das quatro baleias mortas que encontramos pelo caminho. Da espécie cachalote, devia ter morrido a poucos dias, pois mal havia começado sua decomposição. Ficamos muito impressionados com seu tamanho e a distância que estava da praia - mais de 50 metros. É inimaginável a força das marés em litorais abertos como o nosso, capazes de jogar um animal dessa envergadura tão para fora do mar...
Outras carcaças foram encontradas nos dias seguintes, mas essa sem dúvida foi a mais impactante.
Interessante foi a explicação que ouvimos de um pescador: baleias maiores matam as cachalotes, afogando-as, para depois comerem apenas sua língua. Será verdade?


Outro farol muito interessante (para mim, o mais bonito de todos os que vimos) é o Farol da Solidão. Empresta seu nome - plenamente justificado: o lugar é completamente ermo!!! - a um vilarejo onde não mais de 15 famílias de pescadores sobrevivem de seu ofício. Nesta época do ano, quem povoa o lugar são veranistas de Viamão, Palmares do Sul, Mostardas, municípios do entorno. Para quem gosta de sossego, silêncio, paz, isolamento, taí uma boa opção.


Abaixo, o local que arranjamos para pernoitar. A casa (?), pertencente a um jovem casal, nos foi alugada por R$ 20,00. Os donos e seus filhos foram dormir na casa de um parente. Para eles, pernoites como o nosso garantem uma renda extra. Já com o dinheiro na mão, a guria disse para o marido: - "Ó, já tenho o dinheiro para arrumar o cabelo semana que vem". Só se for em Mostardas, porque na Solidão não deve ter instituto de beleza.


O Farol funcionando!


Bait'abraço!

Fotos do 2º dia

As fotos seguintes são do segundo dia de viagem (04/01/12, 6ª-feira), quando já contabilizávamos a primeira baixa entre os aventureiros: a Mariloy se queixou muito de dores no joelho e desistiu de nos acompanhar já na Praia do Barco, primeira parada da viagem. Então, restamos o Paulo Augusto e eu.

Companhia constante da viagem: os faróis navais. Um show de arquitetura, cada qual mais bonito que o outro, e que são marca registrada no nosso litoral. Esse aí de baixo é o de Capão da Canoa.


Nesse dia passamos também pela barra do Rio Tramandaí. Ainda do lado de Imbé, paramos para registrar o momento. Aliás, eu, gordo, branco que nem sal, e de sunga, "que momento"... ehehehe...



Do outro lado da barra, em Tramandaí, o "mar de gente" que nos esperava. Tivemos que andar com muito cuidado, pois sempre atrás de um baldezinho cheio d'água cruzando a areia havia uma criança alegre mas descuidada. Foi um constante zigue-zague com as bicicletas até conseguirmos nos desvencilhar do povaréu.


Bait'abraço!

Fotos do 1º dia

Buenas, pessoal!
Posto algumas fotos da nossa percorrida, de bicicleta,  pelas areias das praias do Rio Grande do Sul.
A foto abaixo representa o "marco zero" da viagem: os molhes da barra do Rio Mampituba, em Torres, no primeiro dia (5ª-feira, 03/01/12).


A foto que segue ainda apresenta Torres, do lado sul da Praia da Guarita.


E a foto seguinte é da Praia de Itapeva, que apresenta as últimas rochas de grande porte do litoral gaúcho, no sentido norte-sul. É um parque estadual, com rigorosa fiscalização sobre veranistas e comerciantes.


Bait'abraço!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O 5º dia - narrativa

Buenas, pessoal!
Tivemos um dia muito interessante outra vez, em nosso intento de percorrer, de bicicleta, o litoral do Rio Grande do Sul, desde Torres até o Chuí.
Como escrevi ontem, pernoitamos na Praia Nova, um balneário localizado a 12 km de Mostardas. O proprietário do hotel, Seu Márcio, me avisou que a Lagoa do Peixe estava com seu nível muito alto por conta das últimas chuvas, e que a barra (vertedouro) estava "aberta", quis dizer, uma correnteza louca de água doce, com 3 metros de profundidade, desaguando no mar.
Sem podermos passar com as bicicletas, resolvemos pegar a estrada de areia (primeiro) e saibro (depois) até Mostardas, para contornarmos a Lagoa do Peixe pela BR-101, até a localidade de Bojuru. MEU DEUS! No trecho de areia (uns 5 km), só afundamos. A estrada foi aberta literalmente entre as dunas brancas e altas - área de preservação permanente, onde é proibido sua extração. Depois, já nos campos e pastagens, a estrada é de saibro, pior ainda, mal conservada, cheia de costeletas, foi um tendéu. Demoramos uma hora e meia para fazermos 12 km...
Aproveitei para levar a minha bicicleta na Oficina do Beto Ciclista para trocar dois raios estourados do lado das catracas. Para chegar nos raios, tivemos que estourar o velho jogo de pinhas originais da Odomo, que estava simplesmente encravado. Para trocar o cassete, tivemos que trocar a correia. Aproveitamos para tirar a folga da caixa de centro trocando seus rolamentos e colares... PRONTO! Reforma total.
Aí calibramos os pneus, pois pegaríamos o asfalto. Andamos 500m - POW!!! - adeus pneu e câmara da minha roda traseira. Com 25 kg de bagagem, mais este urso (eu) em cima, mais o peso da bicicleta, não podia durar, eheheheh... Voltamos na oficina, colocamos pneu e câmara nova e seguimos viagem.
Andamos 10 km na BR-101, que por sinal está excelente, com ótimo asfalto e bem sinalizada, e a câmara do pneu dianteiro da bicicleta do Augusto também furou. Como o pneu também não estava lá essas coisas, o arame saiu da borracha, e criou um ovo. Decidimos ir em frente assim mesmo.
A BR-101 está um tapete nesse trecho, totalmente reformada. Com isso, nosso desempenho foi bom, apesar do vento em boa parte do tempo soprando de lado.
Todavia, quando faltavam 30 km, para chegarmos em nosso destino de hoje (Bojuru, localidade já pertencente ao município de São José do Norte, primeira localidade onde conseguiremos voltar à praia desviando da Lagoa do Peixe) sua direção mudou, começou a chover, e pegamos chuva, vento contra e muito frio.
Agora, 22h, continua chovendo, e a previsão para amanhã é de vento e trovoadas. Ai, ai, ai, ai, ai... De qualquer forma,  pretendemos acessar o balneário, que dista 6 km de onde estamos, e voltar a pedalar pela areia até São José do Norte, 80 km em direção ao sul.
Bait'abraço a todos.


domingo, 6 de janeiro de 2013

0 3º e o 4º dia - narrativa

Buenas, pessoal!
Finalmente conseguiremos, o Paulo Augusto e eu, dar sinal de vida!
Nunca imaginei que pedalar pelo litoral do Rio Grande do Sul significasse não só um desafio físico, mas também um desafio de isolamento. O sinal de internet é precário em diversos lugares, em outros absolutamente inexistente. Nem ligação telefônica temos conseguido fazer...
De certa forma, isso torna ainda mais divertido o passeio que estamos fazendo, apesar de não conseguirmos postar diariamente neste blog..
Bueno. Ontem:
Saímos da Praia do Quintão às 10h - a agradável companhia da família da minha irmã acabou retardando nossa partida -, e dali fomos direto para a oficina Paulo Bike, onde o Marcelo, super atencioso, consertou a caixa de centro da bicicleta do Augusto, que começou a trancar de tanta sujeira por conta da maresia, da areia, da água salgada.
Na beira da praia, muitas surpresas! Diversos animais que nunca tínhamos visto, uma fauna exuberante de aves, peixes, e - incrível! - duas baleias mortas. Uma, cachalote, foi trazida pela maré há uma semana mais ou menos, estava praticamente intacta. Outra, morta há semanas, já expunha seu esqueleto. Ficamos muito impressionados com seu tamanho! Também tartarugas, algumas enormes, muitas infelizmente mortas pelas redes de pesca.
Ah, e carcaças de barcos e navios afundados! É uma pena que o sinal fraco de internet não permite o download de fotos, mas prometo que abasteceremos com muitas, assim que der. São belas fotos desses lugares paradisíacos.
Pernoitamos no Farol da Solidão, já no município de Mostardas. Um lugar inusitado, sem iluminação pública, casas construídas em área da Marinha, ruelas de areia, vilarejo de pescadores que no verão é tomado por veranistas e aventureiros que estão atravessando o litoral pela areia (como nós). Conseguimos uma casa para pernoitarmos, de propriedade de um pescador. Tanto ele quanto sua esposa foram muito atenciosos conosco, embora a precariedade da habitação. Total, não estamos atrás de luxo, ela serviu muito bem, e dormimos o sono dos justos.
Ontem, pedalamos 80 quilômetros.
Hoje, acordamos cedo, e pegamos a estrada...  ôpa, a estrada não, a areia, em direção ao Balneário Mostardense. Mas a chuva de ontem provocou uma mudança na direção do vento. Que ficou sudoeste. Na nossa pinha! Como sofremos! Depois de pedalarmos por 5 horas, havíamos feito apenas 35 quilômetros. Areia fofa, vento contra, bicicletas carregadas e bastante pesadas, pneus murchos para não afundarem tanto, foi dureza!
Almoçamos no Balneário São Simão, e tiramos uma sesta debaixo dos pinus que são plantados nessas praias, para mim árvores de uma utilidade duvidosa, mas, enfim, era o que tínhamos para nos abrigar do sol.
Mais duas carcaças de baleias mortas, mais dois navios naufragados, uma plataforma de pesca iniciada mas abandonada, é infinito o que há para se olhar no nosso litoral! E eu que achava que era sempre a mesma paisagem... As aves colorem nossa viagem, nos divertem, e o Augusto tem feito vídeos fantásticos com essas atrizes do ar.
Só pedalamos 60 km, hoje,  por causa do vento contra, e pernoitaremos aqui na Praia Nova, município de Mostardas. Como a Lagoa do Peixe está cheia, derramando pela barra, teremos que usar amanhã um trecho da BR-101, até Tavares, quando retornaremos para a beira da praia. Contingências. Quem diria que em janeiro a Lagoa do Peixe e os banhados do entorno estariam inundados.
Tem sido um grande desafio. O Augusto, uma grande companhia. A natureza, de uma exuberância sem igual. Esse lugar é simplesmente fantástico!
Bait'abraço a todos.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

O início da aventura! 1º e 2º dia - narrativa

Buenas, pessoal!
Chegou mais um mês de férias!
Hora de tirar os alforjes de bicicleta da despensa, separar os petrechos de viagem, pegar o mapa e tomar o rumo de um novo lugar onde aventura, ciclismo, desafio e natureza estejam agregados!
Mãos à obra, ou melhor, pés nos pedais!
Este ano, resolvi fazer uma viagem diferente. Não tão longa em distância, mas muito seletiva: percorrer todo o litoral do Rio Grande do Sul, quero dizer, de Torres ao Chuí, pedalando pela areia. Serão uns 650 km tendo por companhia à esquerda o mar, à direita dunas - o trecho povoado não é muito grande -, acima um céu muito azul e à frente a maior extensão de areia do mundo.
Tenho por companhia meu filho Paulo Augusto, de 15 anos de idade, que já tem em seu histórico de viagens de bicicleta uma percorrida de 892 km em janeiro passado, quando passeamos pelo litoral e serra catarinense, aventura contada no blog www.norastrodocorvobranco.blogspot.com.
Minha esposa, Mariloy, também se animou a viajar conosco. Chegou a iniciar a pedalada, em Torres, ontem, mas, após 60km, pressentiu que o inchaço nos joelhos não era um bom sinal. Resolveu interromper o desafio, antes que a dor piorasse. Ficou na Praia do Barco, em Capão da Canoa, onde curtirá os próximos dias na companhia de familiares.
Como já referi acima, saímos ontem (03/01), da barra do Rio Mampituba, em Torres. O dia de sol forte, com vento a favor, proporcionou uma pedalada contínua e sem sobressaltos até o final da manhã. Após o almoço, contudo, tivemos que usar a estrada, porque a Mariloy não estava conseguindo manter o ritmo, em função da sua dor nos joelhos.
Hoje o Paulo Augusto e eu saímos às 08h da manhã, da Praia do Barco, e conseguimos percorrer 80km sem maiores dificuldades, já que o vento "nordestão" foi um ótimo aliado. Além do mais, a ressaca do mar dos últimos dias provocou uma situação inusitada: as ondas estavam atravessando toda a faixa de areia, só parando próximo às dunas. Com isso, batida, a areia sempre tão fofa em nossas praias virou uma verdadeira pista, quando chegamos a pedalar a 30km/h. Às 17h já estávamos em Balneário Quintão, onde fomos recepcionados pela minha irmã Vera, meu cunhado Dadinho, os sobrinhos Ana Luíza e Luiz Eduardo e o namorado da Ana Luíza, o Juninho.
Não falei ainda das bicicletas que estamos usando! Deixamos nossas "boas" em casa, e adquiri três bicicletas usadas na Ofícina do Olírio, em Montenegro, pois pretendemos doá-las no final da viagem, no Chuí. O Marco Aurélio, da Oficina do Olírio, fez um preço muito especial pelas magrelas, além de uma revisão completa.
Mas é fato que um terreno tão ingrato como a beira da praia provoca um grande estrago no sistema de transmissão, na corrente, na caixa de centro, nos eixos... já tive que fazer diversos consertos por conta da areia e água salgada que atingem as bicicletas sem trégua. Voltei a testar meus conhecimentos de mecânica de bicicleta, eheheheh...
Amanhã, a parada será no Farol da Solidão, em Mostardas. Se o sugestivo nome tem algum sentido, sinal de internet será algo improvável... Então, assim que tivermos sinal novamente, continuaremos postando.
Bait'abraço a todos.