Buenas, pessoal!
Finalmente conseguiremos, o Paulo Augusto e eu, dar sinal de vida!
Nunca imaginei que pedalar pelo litoral do Rio Grande do Sul significasse não só um desafio físico, mas também um desafio de isolamento. O sinal de internet é precário em diversos lugares, em outros absolutamente inexistente. Nem ligação telefônica temos conseguido fazer...
De certa forma, isso torna ainda mais divertido o passeio que estamos fazendo, apesar de não conseguirmos postar diariamente neste blog..
Bueno. Ontem:
Saímos da Praia do Quintão às 10h - a agradável companhia da família da minha irmã acabou retardando nossa partida -, e dali fomos direto para a oficina Paulo Bike, onde o Marcelo, super atencioso, consertou a caixa de centro da bicicleta do Augusto, que começou a trancar de tanta sujeira por conta da maresia, da areia, da água salgada.
Na beira da praia, muitas surpresas! Diversos animais que nunca tínhamos visto, uma fauna exuberante de aves, peixes, e - incrível! - duas baleias mortas. Uma, cachalote, foi trazida pela maré há uma semana mais ou menos, estava praticamente intacta. Outra, morta há semanas, já expunha seu esqueleto. Ficamos muito impressionados com seu tamanho! Também tartarugas, algumas enormes, muitas infelizmente mortas pelas redes de pesca.
Ah, e carcaças de barcos e navios afundados! É uma pena que o sinal fraco de internet não permite o download de fotos, mas prometo que abasteceremos com muitas, assim que der. São belas fotos desses lugares paradisíacos.
Pernoitamos no Farol da Solidão, já no município de Mostardas. Um lugar inusitado, sem iluminação pública, casas construídas em área da Marinha, ruelas de areia, vilarejo de pescadores que no verão é tomado por veranistas e aventureiros que estão atravessando o litoral pela areia (como nós). Conseguimos uma casa para pernoitarmos, de propriedade de um pescador. Tanto ele quanto sua esposa foram muito atenciosos conosco, embora a precariedade da habitação. Total, não estamos atrás de luxo, ela serviu muito bem, e dormimos o sono dos justos.
Ontem, pedalamos 80 quilômetros.
Hoje, acordamos cedo, e pegamos a estrada... ôpa, a estrada não, a areia, em direção ao Balneário Mostardense. Mas a chuva de ontem provocou uma mudança na direção do vento. Que ficou sudoeste. Na nossa pinha! Como sofremos! Depois de pedalarmos por 5 horas, havíamos feito apenas 35 quilômetros. Areia fofa, vento contra, bicicletas carregadas e bastante pesadas, pneus murchos para não afundarem tanto, foi dureza!
Almoçamos no Balneário São Simão, e tiramos uma sesta debaixo dos pinus que são plantados nessas praias, para mim árvores de uma utilidade duvidosa, mas, enfim, era o que tínhamos para nos abrigar do sol.
Mais duas carcaças de baleias mortas, mais dois navios naufragados, uma plataforma de pesca iniciada mas abandonada, é infinito o que há para se olhar no nosso litoral! E eu que achava que era sempre a mesma paisagem... As aves colorem nossa viagem, nos divertem, e o Augusto tem feito vídeos fantásticos com essas atrizes do ar.
Só pedalamos 60 km, hoje, por causa do vento contra, e pernoitaremos aqui na Praia Nova, município de Mostardas. Como a Lagoa do Peixe está cheia, derramando pela barra, teremos que usar amanhã um trecho da BR-101, até Tavares, quando retornaremos para a beira da praia. Contingências. Quem diria que em janeiro a Lagoa do Peixe e os banhados do entorno estariam inundados.
Tem sido um grande desafio. O Augusto, uma grande companhia. A natureza, de uma exuberância sem igual. Esse lugar é simplesmente fantástico!
Bait'abraço a todos.
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